Quando o risco vem de família: o alerta das cardiopatias hereditárias


Embora fatores como alimentação equilibrada, prática de atividade física e controle do estresse sejam fundamentais, algumas doenças cardíacas têm origem genética e podem se manifestar mesmo em pessoas jovens e aparentemente saudáveis.

 

O que são cardiopatias hereditárias?

As cardiopatias hereditárias são condições causadas por mutações genéticas que afetam a estrutura ou a função do coração. Diferente das doenças cardiovasculares adquiridas ao longo da vida (como aterosclerose ou hipertensão), essas alterações estão presentes desde o nascimento e podem ser transmitidas de geração em geração.

Entre as mais conhecidas estão:

  • Miocardiopatia hipertrófica (MCH) — causa espessamento anormal do músculo cardíaco, podendo gerar arritmias graves e risco de morte súbita;
     
  • Síndrome do QT longo (SQTL) — altera o sistema elétrico do coração, aumentando o risco de arritmias fatais;
     
  • Displasia arritmogênica do ventrículo direito (DAVD) — substituição progressiva do tecido muscular por gordura e fibrose, prejudicando a função cardíaca;
     
  • Síndrome de Marfan — afeta o tecido conjuntivo, podendo comprometer a aorta e predispor a dissecções.

 

A integração entre genética médica e cardiologia

O diagnóstico de uma cardiopatia hereditária exige atuação conjunta de cardiologistas, geneticistas e equipes multiprofissionais. O tratamento personalizado pode envolver desde mudanças no estilo de vida até intervenções cirúrgicas e uso de dispositivos. Além disso, o aconselhamento genético ajuda famílias a compreenderem o padrão de herança e a tomarem decisões informadas sobre reprodução.

Referência: Hershberger RE, Givertz MM, Ho CY, et al. Genetic Evaluation of Cardiomyopathy—A Heart Failure Society of America Practice Guideline. J Card Fail. 2018;24(5):281-302. doi:10.1016/j.cardfail.2018.03.004