Lançada campanha para prevenção ao uso de álcool na gestação

Iniciativa conta com participação da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM)


Iniciativa conta com participação da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM)


Quando uma mulher grávida bebe, o bebê também bebe. Reconhecendo o consumo de álcool na gestação como um problema de saúde pública, a Organização Mundial de Saúde instituiu o dia 9 de setembro como o Dia Internacional de alerta sobre os Transtornos do Espectro Alcoólico Fetal. Desde então, aproximadamente 60 organizações de 30 países diferentes se uniram para promover a campanha “Too Young to Drink” (Jovem demais para beber). O objetivo é conscientizar sobre os efeitos deletérios do álcool durante a gravidez.

 

- O álcool afeta o desenvolvimento do feto, especialmente do cérebro. A Síndrome Alcoólica Fetal (popularmente conhecida como SAF) geralmente cursa com baixo peso e baixa estatura e com microcefalia (redução do perímetro cefálico) ao nascimento, além de uma série de outras alterações, tais como: anormalidades craniofaciais, alterações cognitivas e comportamentais, malformações no sistema nervoso central, baixa estatura, dentre outras alterações, principalmente cardíacas, oculares, renais e de coluna vertebral. O termo “transtornos do espectro alcoólico fetal” se refere a situação de crianças expostas ao álcool intraútero, que não possuem as malformações da síndrome alcoólica fetal, mas apresentam alterações cognitivas e comportamentais: na infância é comum hiperatividade e dificuldades de aprendizagem na escola; na adolescência e fase adulta, há abandono escolar, dificuldades para manutenção de emprego e comportamento agressivo. Uma pessoa com transtornos do espectro alcoólico fetal enfrenta desafios ao longo de toda sua vida – explica a diretora da Sociedade Brasileira de Genética Médica e Genômica (SBGM), Débora Gusmão Melo.

Outro alerta é que todos os tipos de bebida alcoólica são prejudiciais para o desenvolvimento do feto. Vinho, cerveja, licor, aperitivos, coquetéis de frutas, destilados como rum ou uísque ou vodka podem prejudicar o bebê. Não há nenhuma quantidade segura de álcool ou época segura para beber durante a gravidez ou quando se está planejando engravidar. Mesmo uma pequena quantidade de álcool pode ser prejudicial. Por isso, é mais seguro não beber nada durante a gravidez.

- A gente conhece pessoas que beberam e tiveram filhos saudáveis, mas cada gravidez, cada filho e cada mãe são diferentes. É melhor não correr o risco de prejudicar a criança. Se você está grávida e já bebeu, lembre-se que nunca é tarde demais para parar de beber. Se você parar agora, seu bebê será mais saudável – completa a médica.

Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Liga Interdisciplinar de Genética Médica promove a campanha pública de alerta sobre o problema nos dias 9, 10 e 11 de setembro. Outras informações podem ser conferidas na página facebook.com/tooyoungtodrink.

Redação: Marcelo Matusiak

Coordenação: Marcelo Matusiak